quinta-feira, 5 de julho de 2012

Hopes and Fears

De repente, uma senhora pergunta:

- Você vem ou vai?
- Vou. Voltando pra casa.
- E onde fica sua casa?

Suspirando, impaciente, ela diz: - Rio de Janeiro
- Por que veio?

- Vim encontrar um amigo.
- Amigo? Sei...

- Sim, amigo de infância.

Percebendo que a velha mulher não ia se contentar com meias palavras, resolveu falar.

Fora encontrar uma paixão platônica de sua adolescência. Vinte anos esperando por esse momento.

Nunca foram amigos. Nunca foram de conversa. Mas ela sabia tanta coisa sobre ele. Não havia explicação para tal paixonite, ela simplesmente existia. O último contato visual fora 10 anos antes com uma conversa boba, mas que ela lembrava com detalhes.

Os anos se passaram. Ele casou. Ela namorou, morou junto. A vida de cada um tomou rumos diferentes.

Há dois anos o Facebook os uniu. Ele ainda casado. Ela, solteira. Contato zero. Ela acompanhava todo o sofrimento dele durante a separação e pensava: “tão lindo ver um homem sofrer por amor...”

Até que ela resolveu dar o primeiro passo e entrou em contato. E deu o segundo passo, o terceiro (muitos meses depois do primeiro) e finalmente, marcaram de se ver.

Foram 15 dias de ansiedade. Sem saber como agir, como se comportar. Divagava sobre namoro ou amizade. Às vezes queria que desse muito certo e que o encontro rendesse frutos. Outras vezes, ansiava para dar tudo errado, evitando assim, falsas esperanças.

E chegou o dia do encontro. Ela chegou cedo na cidade que ele agora reside. Mais um motivo para a tal ansiedade. Se encontraram às 22h. Abraço longo, porém tímido. Ela pensava: “Como pode ele não ter mudado nada? Mesmo andar despojado, mesmo jeito de garoto...”

Foram pro apartamento dele. Timidamente, conversaram, beberam, relaxaram, se beijaram. E ele foi taxativo:

- Não quero nada sério com ninguém!

- Ah, mas não podemos cuspir pro alto. Pode cair na nossa cara e quando menos esperamos, as coisas acontecem, ela dizia, enquanto pensava que por mais que aquele soco no estômago doesse horrores e que ela estivesse disposta a algo mais, ela estava feliz demais por estar ali, depois de tanta espera. O que viesse, definitivamente, era lucro.

Na manhã seguinte, foram pra uma cidade do interior. Clima bucólico, bebidinha, boas conversas, várias risadas, vinho. Se ela pudesse escolher um momento de sua viagem, seria sábado à noite. Os dois estavam relaxados, de guarda baixa, sem defesa alguma e sem se preparar pro ataque. Eram só eles, despidos de qualquer coisa.

E veio o domingo... E voltaram pra capital. E ela foi pro aeroporto e estava contando aquela história pra uma senhora desconhecida.

O avião pousou no Rio de Janeiro e a senhora simplesmente disse: - Se a página foi virada, nada mais justo que começar a escrever uma nova história. Cabe até escrever um novo capítulo do que passou. O que não pode é ficar se lamentando pelo que deu errado. A vida segue!

Ela sorri, satisfeita com essa constatação e pergunta à senhora seu nome.

- Esperança. A última que morre. Sempre. Não perca a sua nunca.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um Amor de Verão - Parte 3

Previously...


Ele compensou sua ausência saindo de Neverland pra me ver em plena 2a feira! E se o carro dele falasse...

Mas o tempo foi passando e o outono chegou. E eu me perguntava: será que eu gosto dele ou será que cismei com ele?

Passei a ver as atualizações no MSN dele com péssimos olhos (MSN que eu tenho certeza que é falso, mas isso é assunto pra outro post! rsrs)

E conclui que estava realmente gostando dele. E que isso não era nada bom. Afinal, será que ele estava disposto a me dar o que eu queria? Eu tinha certeza que não...

E fomos ter uma conversa. Aquelas conversas que você não sabe como agir, se comportar. Se mede as palavras ou joga toda a merda no ventilador. (ah meus tempos de merda no ventilador! hahaha) 

Fui tão madura, tão segura de mim, tão certa do que queria que até eu me assustei. Fui firme e dei o meu recado. E o belo rapaz se disse assustado pois nunca terminara nada sem a tríade brigas-ofensas-grosserias. (Oi? Terminar o que se ele vivia jogando na minha cara que o que tínhamos era nada? Pode isso, produção?)

E colocamos um ponto final na nossa história, nos prometendo nunca, em hipótese alguma, deixar de ter contato, pois gostávamos muito um do outro pra deixar isso acontecer.

Mas será que isso realmente aconteceu? Isso é outra história que um dia eu conto pra vocês! :o)



PS: Esse texto foi escrito há 3 semanas e publicado nessas 3 partes. Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu, inclusive voltarmos a sair, acontecimento que não merecerá outro post. Afinal, o cara continuou cometendo os mesmos erros e eu, continuei permitindo que ele agisse assim.
Mas como tudo passa, até uva passa, botei um ponto final há exatamente uma hora com o seguinte SMS:

"Inadmissível pra mim é um cara que diz que gosta de mim e some fds, não me atende, desliga tel, e consequentemente não comparece em todos os sentidos. Até naquele! 
Não faço mais questão de nada sério com vc, pode ficar tranquilo. Aliás, a essa altura do campeonato, com tantas ausências, dificuldades e "senãos", eu não quero mais nada nunca mais.
Em tempo: a msg não é uma fuga nem algo covarde ou infantil. Foi a única maneira de me comunicar sem fazer o papel de boba que tenho feito nos últimos dias. 
Boa sorte pra você!
Bjo bjo"

Tal SMS foi publicado no meu perfil no Facebook e gerou um monte de comentários legais a meu favor, claro. (afinal, meus amigos estão lá pra me defender! hahaha)

Mas resumindo isso tudo, percebo o seguinte: Me sentia mal por não ter o que queria, por outro lado, ele que tá perdendo! Então: se o cara nasce mané, ele cresce mané, ele morre mané!!!

E a vida segue!



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Um Amor de Verão - Parte 2


E nesse mundo moderno que vivemos, fica difícil regular mixaria. E como consequência, o sexo passou a fazer parte da nossa vida.

No começo, não me importava com o local. (Ah, se o carro dele falasse...) Mas até aí, tudo bem. Afinal, eu estava curtindo a brincadeira. E esse foi o meu grande erro.

O tempo foi passando e a vontade de se ver aumentando. Centenas de SMS's trocados. Dezenas de centenas de megabytes gastos pra se falar no MSN.

Era um tal de "te adoro" pra cá, "ladra de coração" pra lá. Uma loucura! hahahah

Mas um dia isso tudo ia sucumbir. Tinha que sucumbir. Afinal, em matéria de sorte e amor, eu ando tirando muita nota baixa.

E um certo dia, o belo rapaz acendeu em mim a lâmpada do fim de semana. Me chamou pra sair num sábado. E furou! Aceitei o furo numa boa, afinal, ser cool e descolada é in. Ter ciúme e se importar com alguém tá out.

E pra minha sorte - pasmem, queridos leitores - ele marcou de sairmos no dia seguinte e cometeu o mesmo erro. Nessa dia, não dava pra ser in. Meti o pé na jaca, porque eu queria ser out. Precisava ser out!

É óbvio que não fui out como gostaria, afinal não tenho mais 15 anos! rsrs Mas dei o meu recado.


                                                                                                                       (Continua no próximo post...)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Um Amor de Verão – Parte 1

Todo mundo já teve um amor de verão. E quem não teve, quer ter. E comigo, não foi diferente. Eu queria um amor de verão pra chamar de meu. E como ele não apareceu, resolvi inventar um no melhor estilo Cazuza em sua canção “O nosso amor a gente inventa”

Pois bem. Era fevereiro e eu o conheci. Tão bacana. Tão maduro. Tão simpático. Tão seguro de si. Tão independente. Tão sem passado. Tão cheiroso. Tão bom moço. Tão! Tão! Tão!

Tivemos nosso primeiro encontro. E como todo primeiro encontro que se preze, ambos ficamos travados, na tentativa de mostrar o seu melhor.

Eu fiz a minha parte e ele fez a dele. Mas ele fez tão maravilhosamente bem que nem chegou perto. Afinal, ele era um cara legal e não queria ser como os outros. Ele era diferente e queria fazer a diferença pra mim!! Ownnnn (E eu acreditei!)

No dia seguinte, tivemos nosso segundo encontro. Nada rolou. Naquele dia, prometi a mim mesma que não o veria mais. “Afinal, que tipo de problema eu tenho que não desperto nenhum interesse nesse cara?”

E veio o terceiro dia. Terceiro encontro. E nada aconteceu até eu forçar uma barra. E até hoje me questiono sobre isso: “Será que se eu não tivesse sido tão invasiva, teríamos ficado?”

Mas agora é tarde. Inês é morta. Ficamos!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Abelha também lê

Adoro ler. Tenho verdadeiro prazer em devorar um livro, imaginar as características de cada personagem, detalhes históricos e geográficos citados na narrativa.
Mas essa paixão tomou conta da minha vida de uns seis anos pra cá e não espere que eu vá discutir aquele clássico da literatura, debater os 9 círculos do Inferno da “Divina Comédia”, o surrealismo de Garcia Marques ou o existencialismo angustiante de Camus, o que me encanta é o contemporâneo e não me envergonho disso.
Por conta disso, desenvolvi uma compulsão por livros. Não posso entrar numa livraria que folheio tudo e sempre compro mais de dois livros por vez.
Dentre as últimas aquisições está “Um Dia” de David Nicholls (Editora Intrínseca, 416 páginas, R$ 39,90)

E é por causa desse livro que estou escrevendo esta pequena crítica a pedido da Priscilla. Ela sabe que me empolgo muito com as coisas que eu gosto e se aproveitou dessa fraqueza pra pedir que escrevesse algo pro blog. Como tô devendo outras colaborações, resolvi começar a pagar minhas dívidas agora! Hehehe
“Um dia” é o mais belo romance que já li. Conta a história de duas pessoas que se conhecem na noite de formatura e que nos 20 anos seguintes têm suas vidas mostradas exatamente na mesma data que se conheceram, ora juntos, ora separados. Com saudade, raiva, pena, amor e toda sorte de sentimento que pode existir, tão humano, tão real.
O que mais me marcou foi a profundiade destes sentimentos nos personagens, com as suas ascensões e decadências em períodos diferentes de suas vidas e como aquelas situações podem acontecer com qualquer um de nós, no melhor estilo “a vida é o que te acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos”.
A existência e a sensação do “E se...” é tão presente no livro que em alguns momentos me peguei suspirando e pensando como agiria se fosse comigo. Além disso, a leitura nos proporciona momentos de risadas e chororô.
Artur Xexeo, em seu blog em O GLOBO (Blog do Xexeo) classificou o livro como a “Love Story” do século 21. E confesso que concordo plenamente.
Com um final comovente – e nada convencional – o término da leitura me fez sentir um vazio. Como se aquela perda fosse minha, como se o indelével fim fosse também um pouco meu, coisas que te acontecem quando você consegue se fundir de fato com os personagens e a história deles passa a ser a sua e esse é o climax de qualquer leitura, a derradeira finalidade do autor, tocar de maneira definitiva e profunda o leitor. Ponto para o David!
Mas para os preguiçosos de plantão, o filme baseado no livro já está concluído e tem como atores Anne Hathaway e Jim Sturgess. Mas ainda assim, super indico a leitura. #ficaadica!




PS: Esse texto foi escrito em Junho/2011, para o blog Neurastenia & Glamour. O filme foi lançado em Dezembro/2011. É óbvio que o livro é muito melhor, mas ainda assim vale a pena ser visto.

domingo, 1 de abril de 2012

Como tudo começou

Há algum tempo, alguns amigos dizem que eu deveria ter um blog sob pseudônimo pra contar minhas histórias. Mas ter compromisso com algo quase diário é complicado demais! Nem sempre estamos disponíveis ou até mesmo com saco pra isso. E por isso, adiei a criação.

Por um período da minha vida, enquanto estava desempregada, quis criar um para indicar bons programas, grátis ou bem baratinho, que pudessem ser feitos em momentos "baixa renda". Essa ideia também não foi adiante.

E ontem, durante uma animada conversa de bar com amigas queridas, resolvi rever conceitos e perceber como isso pode ser divertido.

Por quê "Minha Vida de Abelha"?

Uma dos empecilhos em criar um blog, pra mim, sempre foi a falta de um nome legal, que valesse a pena.  Que ficasse marcado. Que fosse o diferencial. Que pudesse virar uma marca registrada. Um referencial.

E ele surgiu, do nada. Por causa de uma característica minha. Sou extremamente observadora e crítica. Onde quer que esteja, consigo dar conta de tudo o que acontece ao meu redor e ainda assim, participar ativamente da conversa que acontece na minha frente. 

E ontem, na conversinha de bar, uma das meninas disse que eu tinha uma visão 360º graus, como a de uma abelha! E ela mesma sugeriu a criação de um blog, com esse nome. Ou seja, dessa vez não ia conseguir escapar mesmo! rsrs

Pra provar a visão 360º graus, segue trecho de um blog (Não é mentira! Olha a explicação aqui!!) que fala sobre o assunto:
"No mundo animal, os olhos não existem para inspirar poetas: eles são absolutamente funcionais, instrumentos indispensáveis para a sobrevivência. As aves (com exceção das de rapina) possuem os olhos muito separados – um capta o que se passa à direita, o outro vê o que acontece à esquerda. O campo de visão, portanto, pode chegar a 360 graus. Capacidade fundamental para perceber qualquer movimentação de um predador. "

E sobre o que vamos abelhar?

Aqui no "Minha Vida de Abelha" vamos falar de tudo. Ou de nada. Vai depender do meu humor, da minha vontade e também das minhas colaboradoras (seja com histórias que serão reproduzidas aqui ou com participações super especiais por aqui).

Vamos falar de maquiagem. De roupa. De homens. De música. De Sexo. De cerveja. Da conversinha que rolou no bar. Das impressões de um filme. Assunto é que não vai faltar! Vamos abelhar muito!!

Em breve, também vamos abelhar por sessões com amigas colaborando. Vai ser rara a participação masculina. O sexo oposto só vai aparecer quando solicitado.

Também teremos um lay-out mais bonitinho, esse é só o preview. Não podia perder a oportunidade de colocar no ar hoje, pra não perder o timing da ideia que surgiu ontem.

Enfim, sejam bem-vindos!

Comentários são esperados! Mas são pra agregar e não pra esculachar. Ofendeu, dançou!

Um beijo em todos!

Bom domingo!

Sabrina